Pra começar o ano bem e na pegada das festas, o CACOFF tá organizando um festival de bandas no Bosque, logo na primeira semana!
Serão 5 bandas e um DJ tocando nos intervalos. Vai ter sorvete e suco, a bebida cada um leva a sua!

Local: Bosque
Data: 25/02 Quinta-feira
Horário: 14h
Entrada: Grátis!
do Estadão

Uma iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para acabar com as chamadas doações ocultas nas campanhas eleitorais colocou do mesmo lado três dos principais partidos do País. PT, PSDB e DEM comandam o lobby para tentar modificar a minuta de resolução do TSE que regulamenta a prestação de contas nas eleições de 2010.

Representantes dos três partidos protocolaram no tribunal, na última quinta-feira, uma petição conjunta para tentar eliminar o veto às doações ocultas - modalidade em que as empresas fazem contribuições aos partidos, e não aos candidatos, o que impede o mapeamento de vínculos entre financiadores e financiados.

PT, PSDB e DEM também pediram a exclusão do parágrafo que prevê a desaprovação das contas de campanha caso o partido ou o candidato receba doações de fontes proibidas - como instituições estrangeiras, igrejas, sindicatos, órgãos do governo e concessionárias de serviços públicos. Se o pedido for atendido, não haverá punição para quem receber doações dessas fontes.

O TSE terá até 5 de março para votar as novas regras. O ministro Arnaldo Versiani, relator da minuta que será votada por seus seis colegas, busca eliminar a brecha na legislação que permite aos partidos repassar recursos aos candidatos sem identificar a fonte. Na prestação de contas do candidato, o dinheiro aparece apenas como "doação partidária".

Se o texto for aprovado com a redação atual, as legendas serão obrigadas a relacionar a fonte ao destino do dinheiro arrecadado. O entendimento geral é de que as novas restrições - que, segundo o TSE, têm por objetivo aumentar a transparência - devem dificultar doações de empresas que não querem se ver diretamente relacionadas aos candidatos.

Nas eleições de 2008 para a Prefeitura de São Paulo, o então candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) recebeu cerca de 95% de seus recursos como doações ocultas - o dinheiro doado por empresas apareceu na prestação de contas como oriundo de seu partido.

Na carta protocolada no TSE, os três partidos afirmam que mapear a origem e o destino exato dado aos recursos de campanha é uma missão "ingrata e impossível". Argumentam que o dinheiro de diferentes doações se soma no caixa, não sendo possível determinar o destino dado a cada doação individualmente.

As regras em análise no TSE determinam, ainda, que as legendas terão de prestar contas no mesmo dia dos candidatos e comitês de campanha - até 2 de novembro. Antes, os partidos apresentavam suas contas apenas no ano seguinte às eleições.

A minuta determina que as contas deverão ser apresentadas na circunscrição do candidato que recebeu as doações. Se o partido financiar campanhas em mais de um Estado, terá de prestar contas em cada um dos tribunais regionais.

Na nova resolução, são estendidas aos partidos a maioria das obrigações que antes se aplicavam apenas aos candidatos e comitês. A nova Lei Eleitoral, aprovada pelo Congresso no ano passado, afirma que as legendas também podem fazer gastos de campanha. Na interpretação do TSE, isso implica que os partidos devem prestar contas à Justiça Eleitoral. Os líderes partidários, contudo, defendem a tese de que apenas comitês e candidatos podem fazer a gestão financeira da campanha - portanto, somente eles deveriam prestar contas em ano de eleição.

Além de tentar acabar com as doações ocultas, a nova minuta de prestação de contas é mais rigorosa em muitos outros pontos. Candidatos a vice e a suplente de senador deverão prestar as próprias contas - antes, isso poderia ser feito por meio dos cabeças de chapa. O texto veta, ainda, a doação de pessoas jurídicas criadas em 2010 e proíbe os partidos de repassar recursos arrecadados em anos anteriores.

A despeito das tentativas de endurecimento por parte do TSE, ainda haverá brechas para doações ocultas. Os partidos poderão usar doações de empresas para os gastos internos e repassar para os candidatos os recursos recebidos do fundo partidário. Também é possível que a doação seja feita por meio de associações e entidades de classe. Para impedir essas formas de contribuição, seria necessário mudar a lei.

disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100209/not_imp508395,0.php
Prezado senhor Ministro da Educação Fernando Haddad,


Nós, os estudantes de Comunicação Social do Brasil, viemos, através desta, manifestar nosso profundo descontentamento em relação à atual configuração do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e reivindicar uma maior participação dos estudantes na discussão sobre políticas públicas como essa.

No último dia 8 de novembro, fomos submetidos ao referido exame, e o sentimento após a prova não poderia ser descrito senão como de revolta. Destacamos aqui uma série de problemas da prova e reivindicamos que a voz dos estudantes seja ouvida na formulação das políticas para a educação superior, nas quais o Enade tem um papel fundamental.

Primeiramente, destacamos a existência de muitas questões mal formuladas e com alto nível de ambigüidade. Lembramos, inclusive, que diversos veículos da mídia nacional chegaram a constatar esses problemas. A ineficiência da cobertura, entretanto, foi a de não encarar a fundo um problema que é do exame como um todo, e não apenas de uma questão ou outra. Enfatizamos que há vários problemas na formulação das questões e nas alternativas propostas.

Em segundo lugar, gostaríamos de protestar contra uma concepção do processo comunicativo – do jornalismo especialmente – totalmente descolada da atualidade da pesquisa em comunicação no país, e que subjaz à totalidade da prova. Diversas questões nos fazem questionar a validade dos anos que passamos na universidade, e se realmente seria preciso ter cursado uma graduação para respondê-las.

Em terceiro lugar, apontamos o total despreparo dos aplicadores das provas. Talvez esse seja o ponto mais absurdamente grave da condução atual do exame. Em uma das escolas de Belo Horizonte (Escola Estadual Helena Pena), a instrução passada pelos aplicadores era a de que respondêssemos apenas às questões correspondentes à habilitação específica em que fomos inscritos. Ou seja: fomos instruídos – reiteradamente – a ignorar mais da metade das questões da prova. Após os protestos dos estudantes com bom senso, alguns decidiram contrariar as indicações dos aplicadores e responder de acordo com as instruções que figuravam na capa do caderno de provas. Outros, no entanto, seguiram as ordens dos aplicadores. O resultado da confusão foi um número enorme de provas incompletas.

Esse relato, que tem algo de anedótico e muito de patético, só oferece um exemplo dos muitos problemas que podem ser identificados na configuração atual do Enade. É importante destacar que, durante a Conferência de Comunicação de Minas Gerais, foi aprovada uma moção de protesto contra a condução atual do exame, assinada por várias lideranças do campo da comunicação. Embora a aprovação num fórum tão importante para a área não tenha sido noticiada na imprensa mineira, acreditamos que ela é um forte indício do descontentamento dos estudantes em relação à prova.

Reconhecemos e valorizamos a atitude do INEP, que decidiu anular onze questões da prova no início de dezembro, após a formação de uma comissão com especialistas. Essa anulação apenas endossa a constatação de que há problemas sérios em relação ao exame. No entanto, consideramos que essa decisão foi tomada num estágio muito tardio, uma vez que essas questões (reconhecidamente) mal-formuladas influem em como o aluno vê a prova e em como ele se sente com relação a ela, podendo confundi-lo ou desmotivá-lo.

Ressaltamos também que essas revisões, embora bem-vindas, são medidas paliativas e ainda cremos que a prova tem que ser revista não só em sua formulação como em sua aplicação, pois apresenta defeitos que vão além de enunciados ambíguos ou errôneos. E destacamos ainda a necessidade de que medidas sejam tomadas antes que os problemas que apontamos voltem a acontecer num futuro próximo.

Enviamos esta carta com a esperança de que o Ministério da Educação esteja aberto à discussão franca e séria com os estudantes, e de que obtenhamos uma resposta o mais prontamente possível.



Assinam esta carta as seguintes entidades e pessoas:

Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFMG (ComuniCA)
Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes (CACOFF)
Frei Betto

O mundo soube que, a 7 de novembro último, a blogueira cubana Yoani Sánchez teria sido golpeada nas ruas de Havana. Segundo relato dela, “jogaram-me dentro de um carro... arranquei um papel que um deles levava e o levei à boca. Fui golpeada para devolver o documento. Dentro do carro estava Orlando (marido dela), imobilizado por uma chave de karatê... Golpearam-me nos rins e na cabeça para que eu devolvesse o papel... Nos largaram na rua... Uma mulher se aproximou: “O que aconteceu?” “Um sequestro”, respondi. (www.desdecuba.com/generaciony )


Três dias depois do ocorrido nas ruas da Havana, Yoani Sánchez recebeu em sua casa a imprensa estrangeira. Fernando Ravsberg, da BBC, notou que, apesar de todas as torturas descritas por ela, “não havia hematomas, marcas ou cicatrizes” (BBC Mundo, 9/11/2009). O que foi confirmado pelas imagens da CNN. A France Press divulgou que ela “não foi ferida.”


Na entrevista à BBC, Yoani Sánchez declarou que as marcas e hematomas haviam desaparecido (em apenas 48 horas), exceto as das nádegas, “que lamentavelmente não posso mostrar”. Ora, por que, no mesmo dia do suposto sequestro, não mostrou por seu blog, repleto de fotos, as que afirmou ter em outras partes do corpo?


Havia divulgado que a agressão ocorreu à luz do dia, diante de um ponto de ônibus “cheio de gente.” Os correspondentes estrangeiros em Cuba não encontraram até hoje uma única testemunha. E o marido dela se recusou a falar à imprensa.


O suposto ataque à blogueira cubana mereceu mais destaque na mídia que uma centena de assassinatos, desaparecimentos e atos de violência da ditadura hondurenha de Roberto Micheletti, desde 27 de junho.


Yoani Sánchez nasceu em 1975, formou-se em filologia em 2000 e, dois anos depois, “diante do desencanto e a asfixia econômica em Cuba”, como registra no blog, mudou-se para a Suíça em companhia do filho Téo. Ali trabalhou em editoras e deu aulas de espanhol.


Em 2004, abandonou o paraíso suíço para retornar a Cuba, que qualifica de “imensa prisão com muros ideológicos”. Afirma que o fez por motivos familiares. Quem lê o blog fica estarrecido com o inferno cubano descrito por ela. Apesar disso, voltou.


Não poderia ter assegurado um futuro melhor ao filho na Suíça? Por que regressou contra a vontade da mãe? “Minha mãe se recusou a admitir que sua filha já não vivia na Suíça de leite e chocolate” (blog dela, 14/08/2007).


Na verdade, o caso de Yoani Sánchez não é isolado. Inúmeros cubanos exilados retornam ao país após se defrontarem com as dificuldades de adaptação ao estrangeiro, os preconceitos contra mulatos e negros, a barreira do idioma, a falta de empregos. Sabem que, apesar das dificuldades pelas quais o país atravessa, em Cuba haverão de ter casa, comida, educação e atenção médica gratuitas, e segurança, pois os índices de criminalidade ali são ínfimos comparados ao resto da América Latina.


O que Yoani Sánchez não revela em seu blog é que, na Suíça, implorou aos diplomatas cubanos o direito de retornar, pois não encontrara trabalho estável. E sabe que em Cuba ela pode dedicar tempo integral ao blog, pois é dos raros países do mundo em que desempregado não passa fome nem mora ao relento...


O curioso é que ela jamais exibiu em seu blog as crianças de rua que perambulam por Havana, os mendigos jogados nas calçadas, as famílias miseráveis debaixo dos viadutos... Nem ela nem os correspondentes estrangeiros, e nem mesmo os turistas que visitam a Ilha. Porque lá não existem.


Se há tanta falta de liberdade em Cuba, como Yoani Sánchez consegue, lá de dentro, emitir tamanhas críticas? Não se diz que em Cuba tudo é controlado, inclusive o acesso à internet?


Detalhe: o nicho Generación Y de Sánchez é altamente sofisticado, com entradas para Facebook e Twitter. Recebe 14 milhões de visitas por mês e está disponível em 18 idiomas! Nem o Departamento de Estado do EUA dispõe de tanta variedade linguística. Quem paga os tradutores no exterior? Quem financia o alto custo do fluxo de 14 milhões de acessos?


Yoani Sánchez tem todo o direito de criticar Cuba e o governo do seu país. Mas só os ingênuos acreditam que se trata de uma simples blogueira. Nem sequer é vítima da segurança ou da Justiça cubanas. Por isso, inventou a história das agressões. Insiste para que suas mentiras se tornem realidades.


A resistência de Cuba ao bloqueio usamericano, à queda da União Soviética, ao boicote de parte da mídia ocidental, incomoda, e muito. Sobretudo quando se sabe que voluntários cubanos estão em mais de 70 países atuando, sobretudo, como médicos e professores.


O capitalismo, que exclui 4 bilhões de seres humanos de seus benefícios básicos, não é mesmo capaz de suportar o fato de 11 milhões de habitantes de um país pobre viverem com dignidade e se sentirem espelhados no saudável e alegre Buena Vista Social Club.


Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros.

retirado do Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/