Por quê a Globo não mostra esses dados do Jornal Nacional? A Folha não faz um infográfico? O Estadão um editorial? E a Veja uma capa isenta? O consenso é que se tem muito vagabundo no MST, gente que tem condições, mas o insitinto de vagabundo fala mais alto e vão invadir terra dos outros - além disso recebem verba do governo. Enquanto a Cutrale - e outros fazendeiros - trabalham e ajudam o país, CPMI neles! Nada mais justo! Justo?

por João Pedro Stedile*

Vejamos o censo agropecuário feito pelo IBGE em dezembro de 2006 e recém-publicado:

- Cerca de um por cento dos proprietários de terra no Brasil controla 46% das terras.

- Apenas 15 mil fazendeiros, com áreas acima de 2.500 hectares, são donos de 98 milhões de hectares (4 Estados de São Paulo juntos).

- A concentração de terras continua aumentando. E se desnacionalizando. Nos últimos anos as transnacionais compraram mais de 20 milhões de hectares de terra, água, minérios, etanol, usinas, madeira e biodiversidade.

- O índice de gini, que mede a concentração de terras, no Brasil é de 0,856, é o segundo país de maior concentração de terras do mundo.

- O Banco Opportunity, que opera recursos norteamericanos, comprou em três anos 56 fazendas e mais de 600 mil hectares, no sul do Pará.

- A Cutrale monopolizou a produção de sucos de laranja e levou à miséria milhares de pequenos e médios agricultores paulistas que tiveram que destruir 280 mil hectares de laranjais, em dez anos. Ela acumulou 60 mil hectares, em 36 fazendas. Detém 80% da produção de suco do país, exporta 90% e controla 30% do comércio mundial de suco, em parceria com a Coca-Cola.

- Os fazendeiros do agronegócio produzem 100 bilhões de reais por ano. Mas tomam emprestados todos os anos 90 bilhões de reais nos bancos.

- Essa produção é fruto do trabalho de três milhões de assalariados permanentes e temporários. É revendida para apenas 20 empresas (a maioria transnacionais).

- Essas 20 empresas faturam 115 bilhões de reais por ano. Ou seja, toda aquela riqueza vai parar nas mãos delas.

- O agronegocio dá emprego para apenas 15% da população economicamente ativa (PEA), os outros 85% trabalham na agricultura familiar. Há 18 milhões de trabalhadores rurais adultos, e, destes, 15 milhões estão na agricultura familiar.

- A agricultura familiar produz 85% dos alimentos que vão para a mesa do povo brasileiro. Já o agronegócio produz apenas para exportação.

- Graças à aliança dos grandes fazendeiros com as transnacionais, em 45 milhões de hectares, são aplicados 700 milhões de litros de venenos. Seis transnacionais produzem: Monsanto, Syngenta, Bayer, Basf, Shell, Bunge. Matam o solo, a biodiversidade, contaminam as águas e viram câncer no seu estômago.

- O Brasil é a nona economia mundial. Está em 75.o lugar nas condições de vida, e é o sétimo pior país em desigualdade.

- Desde 1985, foram assassinados no campo mais de 1.600 lideranças de trabalhadores. Apenas 80 assassinos chegaram aos tribunais, 15 foram condenados e uns 5 estão na cadeia.

Diante disso, decidiram: Vamos convocar uma CPMI para impedir a reforma agrária!!!

*membro da coordenação nacional do MST e da Via Campesina Brasil

do site da Caros Amigos: http://carosamigos.terra.com.br/
“Meu esforço é convencer as Forças Armadas de que se a Justiça mandar pra cadeia uma dúzia de torturadores é melhor para ela”, diz o ministro dos direitos humanos sobre a abertura dos arquivos da ditadura e suas consequências.

A revista Caros Amigos deste mês de dezembro traz uma entrevista exclusiva com o atual titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, o ministro Paulo de Tarso Vannuchi.

Ele que tem sob sua responsabilidade assuntos delicados e fundamentais para o povo brasileiro, conta um pouco sobre a sua trajetória de vida e as raízes políticas.

Na entrevista fala também sobre seus desafios como ministro, que envolvem a abertura dos arquivos da ditadura civil-militar (1964-1985), o esclarecimento das mortes praticadas por agentes do Estado, a constituição de uma Comissão de Verdade e Justiça, além de todas as outras violações dos direitos humanos que ocorrem cotidianamente pelo país afora, em especial as violências policiais contra os movimentos sociais e as populações pobres – jovens e negros – das favelas e das periferias das grandes cidades.

Como não poderia deixar de ser, os desafios do presidente Lula são citados na entrevista. Além disso, ele toca em assuntos polêmicos e defende a permanência do italiano Batistti no país. “O que eu digo é que eu defendo que o Batistti fique no Brasil. O Brasil tem uma longa tradição de asilo”, diz Vannuchi.

Leia,na mesma edição:


Lucia Rodrigues apresenta reportagem sobre a criminalização e o ataque aos catadores de lixo em São Paulo

José Arbex Júnior responde texto de César Benjamin publicado na Folha de São Paulo, Benjamin fez ataques diretos a imagem do presidene Lula

Hamilton Octávio comenta o problema da corrupção no país.

Marcelo Salles fala sobre a violências nas favelas e as políticas públicas aplicadas pelo Estado.


Universitários enfrentam polícia em Buenos Aires


BUENOS AIRES (AFP) - Centenas de estudantes enfrentaram a polícia nesta segunda-feira (14.12.09) na capital argentina, durante um protesto contra a reeleição do reitor da Universidade de Buenos Aires (UBA).


Os estudantes, convocados pela Federação Universitária de Buenos Aires (FUBA), tentaram chegar ao prédio do Congresso Nacional, onde era realizada a assembleia para eleger o reitor, mas foram impedidos pela polícia.


O grupo reagiu atirando paus e pedras contra os policiais, que responderam com disparos de balas de borracha, jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo.


A FUBA, controlada por partidos de esquerda, exigia a suspensão da eleição do reitor Rubén Hallú, por considerá-la antidemocrática.


O reitor da UBA é escolhido por uma Assembleia Universitária que reúne estudantes e professores, mas é controlada pelos últimos.


A FUBA exige o fim da Assembleia e uma reforma do estatuto que aumente a representatividade dos estudantes na administração da universidade.

Fonte: yahoo notícias
Segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 - 11:52

Unesp vai receber R$ 25 milhões para finalizar projetos antigos
Restaurante universitário e moradia estudantil estão previstas
Reinaldo Chaves
Agência BOM DIA

A diretoria das três unidades do campus de Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista) apresentou nesta segunda-feira o orçamento geral do campus para o triênio 2010/2012.

No total serão R$ 25 milhões, que serão investidos em projetos previstos há muitos anos. Um deles é a moradia estudantil – já existe licitação para o primeiro bloco e 2010 será aberta licitação para o segundo. No total serão 64 vagas, em apartamentos para dois alunos e mobiliado.

Outro projeto antigo que deve sair do papel é o restaurante universitário. Segundo o diretor da Faac (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação) e presidente do Grupo Administrativo do Campus, Roberto Deganutti, o prédio terá 1.840 metros quadrados. "Serão servidas em média 1.200 refeições por dia, que serão subsidiadas para ficarem com um valor de R$ 2,70", conta.

Também estão previstas a construção de departamentos, salas de aula e laboratórios para a Faac, FEB (Faculdade de Engenharia de Bauru) e a FC (Faculdade de Ciências).

No site http://www.unesp.br/aplo/obras/consulta_obras.php é possível ver todas as obras em andamento atualmente na Unesp.




A questão agora não é se eles estão prometendo mais uma vez ou não, mas sim, se realmente vão cumprir. Vale lembrar que ano que vem é ano de eleição e as obras só podem começar até um prazo específico no primeiro semestre.

Temos de ficar atentos e logo na primeira semana de aula pressionarmos para que o movimento estudantil que luta desde o começo da década de 90, para a construção da Moradia e do R.U na UNESP/Bauru, não seja mais uma vez passado para trás.
O CACOFF pede desculpas e devolve dinheiro nesta segunda-feira, durante todo o dia, para os que se inscreveram na palestra.

O Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes (CACOFF) pede sinceras desculpas pela não realização da palestra “Comunicação internacional e contra-hegemônica” que deveria ser ministrada pelo jornalista José Arbex Jr, e estava marcada para o dia 03/12/09, às 19h30min. Arbex é editor da revista Caros Amigos e autor de reconhecidos livros como “Shownarlismo: a notícia como espetáculo” e “Jornalismo Canalha”.

A palestra não foi realizada por um infeliz atraso no voo de São Paulo para Arealva (cidade próxima a Bauru) que se deu pela forte tempestade na cidade de São Paulo. Era previsto para que o voo chegasse em Bauru às 16h30min, mas chegou somente às 19h10min, sem o Arbex. De acordo com o jornalista, que entrou em contato conosco por volta das 20h do mesmo dia, ele chegara no aeroporto para fazer o check-in às 13h, esperou até às 17h quando ao perguntar para um dos atendentes na sala de espera não obteve certeza se o avião iria ou não levantar voo. De acordo com ele, desistiu de esperar pela incerteza se conseguiria vir ou não para Bauru. Durante todo o dia, inclusive após o atraso no aeroporto, tentamos fazer contato com o Arbex, mas ele não possui celular.

Tendo isso em vista, o CACOFF irá devolver o dinheiro para as pessoas que se inscreveram na palestra nesta segunda-feira, das 10h às 22h, na sala do CACOFF que fica ao lado do DAFAE e perto da Atlética. O CACOFF pede a compreensão de todos, pois não conseguiremos fazer a permanência durante toda a semana para a devolução do dinheiro. As pessoas que não conseguirem ir até a sala do CACOFF na segunda-feira podem entrar em contato pelo e-mail cacoffunesp@gmail.com.

Infelizmente, pelo Arbex não vir a Bauru o CACOFF perdeu uma boa quantia de seu orçamento, o qual conseguirá ser ressarcido parcialmente já que o Arbex não fez a viagem de avião.


Obrigado pela compreensão,

Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes (CACOFF)
Brasília - O Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) de 2009 terá 11 questões anuladas por problemas de redação e formulação. A decisão foi tomada pela comissão de especialistas que faz as diretrizes da prova, mas ainda não foi comunicada oficialmente ao Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), que aplica e corrige a avaliação.
A comissão considerou que as perguntas a serem anuladas tinham enunciados dúbios, que podiam induzir o aluno ao erro, ou mesmo mais de uma resposta que podia ser considerada correta. Apesar de 15 áreas terem sido avaliadas este ano, as anulações aconteceram apenas nas provas de Comunicação Social, que consistia de 10 perguntas comuns a todas as áreas, 15 comuns à Comunicação como um todo e 15 específicas por curso.

Caíram as questões 18 e 19 de Comunicação em geral; 30, 33 e 35 de Jornalismo; 33 e 37 de Publicidade; 34 e 36 de Relações Públicas e 34 e 38 de Cinema. Com a mudança, a correção passará a considerar como correta qualquer resposta dada a essas perguntas.

A comissão decidiu analisar a prova depois que reportagens apontaram questões consideradas dúbias ou mesmo com propaganda do governo. Uma delas, a mais polêmica, é a 19 da prova geral de comunicação. Dizia, em seu enunciado, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido criticado por ter considerado a crise econômica mundial uma "marolinha" no Brasil, mas que hoje a imprensa internacional confirmava sua previsão.

O aluno era instado a responder se as críticas haviam sido, por parte da mídia brasileira, uma "atitude preconceituosa", "irresponsabilidade", "livre exercício da crítica", "manipulação da mídia", ou "pré-julgamento". A resposta certa era livre exercício da crítica, mas o enunciado poderia levar o estudante ao erro por se tratar de uma prova aplicada pelo governo ou mesmo ser afetada pelas suas próprias posições políticas.

A questão 18 pergunta se a telefonia móvel, com os novos recursos que possui, pode ser considerada uma nova mídia. No entanto, o estudante precisa responder qual é a certa entre cinco frases confusas e que repetem conceitos.

Uma das questões polêmicas, no entanto, não foi anulada. A questão três da prova geral de comunicação usa como enunciado uma campanha do governo para diminuir o uso dos sacos de supermercado. A pergunta era porque essa campanha terá sucesso.


Agência Estado


por Bulhões, aluno de Jornalismo

Às vezes, nessa nossa existência calejada de amarguras, certas escolhas que fazemos, aparentemente insignificantes em meio a tantas outras do dia-a-dia, tem o poder de transformar vidas. Seja a de desconhecidos, de entes queridos ou a de nós mesmos. É o copo de pinga a mais que viramos na noite, é o telefonema que não atendemos, é o chute na letra b ao invés da sempre aconselhável letra c. Quer nos esforcemos ou não, jamais teremos o controle total de como as coisas transcorrerão à nossa frente – e, obviamente, não estou falando nenhuma novidade.

Apenas quero chamar atenção para o fato de como uma escolha de guarda-roupa jogou uma pessoa qualquer ao seu quarto de hora de fama . O que é completamente ridículo.

Quando Geisy Vila Nova Arruda lançou mão de seu vestido de 50 mangos pra ir à faculdade, na fatídica noite de 22 de outubro, mal sabia que aquela escolha lhe proporcionaria experiências ainda inéditas. Primeiro viria a execrecação pública, depois, a TV e capas de jornais. E se ela tivesse escolhido aquele jeans desbotado do dia anterior?



A internautas minimamente antenados, essa história já morreu de velha, é verdade, tanto que nem darei o luxo de entrar em detalhes. Acontece que os frutos rendidos desse episódio, que mais parece uma anedota – ainda mais depois que o reitor louco expulsou a menina pra desexpulsá-la mais tarde -, não param de ser colhidos.

Depois daquela noite de outubro, quando protagonizou em sua faculdade o papel de “Geni”, Geisy circulou no noticiário nacional na figura de “notícia”. Mais tarde, começou a aparecer em programas de TV como “celebridade”.

E é nesse novo status que Geisy ainda se encontra. Só nesse mês, a estudante de turismo rodou uma série de estúdios de televisão. Primeiro, foi ao Superpop, onde ela e Luciana Gimenez provavelmente filosofaram sobre machismo e intolerância na sociedade brasileira. Já surfando na onda da fama, recebeu convites para desfilar em escolas de samba do Rio e de São Paulo, privilégio que costuma ser reservado apenas a ex-big brothers. Com a bola cada vez mais cheia, gravou uma participação para o combalido porém relutante Casseta & Planeta. E ainda houve tempo para uma conversa com a eterna Silvia Popovic.

Tudo isso em menos de um mês. Fora as participações das quais não tomei conhecimento.

Mas todo esse fenômeno de ascensão meteórica ao estrelato midiático só foi possível por três grandes razões. A primeira, e mais gritante, nada tem a ver com a mídia, aliás, tem sim, e muito, que é o machismo reinante nos valores de homens e mulheres desse Brasil. Quando achamos que a coisa melhorou um tiquinho, lá aparecem uma manada de bestas-feras a gorjear “Puta! Puta!” a uma indefesa dama de vermelho, mostrando que o buraco continua beeem fundo.

A segunda grande razão advém da era tecnológica em que nos encontramos, capaz de proporcionar tanto os celulares que captaram a cena de linchamento verbal com a menina, quanto a internet e seus blogs e twitters da vida. Tudo começou com um despretencioso post no Boteco Sujo. De lá, a notícia correu a rede, e foi só uma questão de tempo para estar na boca dos apresentadores de telejornais do horário nobre.

Já a terceira grande razão é um pouco mais complexa e teórica. Existe um livro de um caboclo francês capaz de explicá-la melhor, livro que aliás nunca li. “Sociedade do Espetáculo”, de Guy Debord, versa, obviamente, sobre a espetacularização em nossa sociedade (há um artigo no site Observatório da Imprensa que traz algumas das ideias exploradas pelo autor, pra quem estiver interessado). Não vou tentar teorizar sobre essa hipótese, pra não cometer nenhuma confusão conceitual, mas só o título da obra é capaz de jogar luz sobre a questão.

Afinal, como explicar essa voracidade da mídia por celebridades instantâneas, que preenche uma demanda de público, se não pela sociedade do espetáculo em que vivemos? Não é a sede pela espetacularização que fez com que a mídia transformasse a via crucis de Geisy em um evento de grandes proporções, ao repetir a esmo as imagens da cena ocorrida em um faculdade na grande São Paulo? É evidente que trata-se de um episódio de relevante interesse público, e que deve, sim, requerer uma cobertura diferenciada. Mas daí a transformar Geisy Vila Nova Arruda em uma semi-heroína nacional vão-se léguas.

Não estivesse com meu TCC interminável já em um estágio tão avançado, juro que pegaria o tema ” Geisy e a sociedade do espetáculo” para escrever sobre. Não consigo me recordar de algo mais simbólico.

retirado do blog: http://disparada.wordpress.com/